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Infelizmente, não é incomum encontrar áreas profissionais majoritariamente dominadas por homens e o cenário da tecnologia não é exceção. As mulheres na tecnologia seguem buscando cada vez mais espaço, mas, apesar das expectativas de crescimento, esse ainda tem se mostrado um grande desafio.
De acordo com dados da Catho, entre janeiro e fevereiro de 2022 houve um aumento de cerca de 2,1 pontos percentuais de mulheres em cargos de tecnologia.
Entretanto, a questão racial ainda se mostra um empecilho ainda maior — mesmo que muito ultrapassado — neste setor. Segundo dados da pesquisa #QuemCodaBR, mais da metade da população brasileira é negra, porém, 32,7% das empresas não possuem nenhuma pessoa negra nas equipes de trabalho em tecnologia.
Esses dados se mostram ainda mais perturbadores quando analisamos o estudo realizado pela plataforma de inteligência em vendas, Cortex. A tecnologia da informação (TI) foi o segundo segmento que mais cresceu no país em 2021, atingindo a marca de 60% de crescimento em comparação ao ano anterior. Em comparação com 2019, o número fica ainda maior: cerca de 100,53%.
Ainda de acordo com o estudo, as atividades econômicas que mais tiveram crescimento dentro do setor, durante o período analisado, foram:
Apesar do exponencial crescimento do setor, ainda é bárbaro que o número de mulheres na tecnologia cresça de forma tão lenta. A seguir vamos entender melhor porque isso ocorre e trazer importantes exemplos de mulheres que contrariam essa desigualdade associada a gênero.
Falar sobre subverter o paradigma social e ampliar as possibilidades para mulheres na tecnologia, está diretamente relacionado à maneira como as meninas são educadas desde a infância.
Veja pela seguinte ótica: homens são ligados a funções relacionadas à razão e objetividade, enquanto as mulheres, à subjetividade emocional e ao cuidado.
Se, desde a infância, os meninos brincam com vídeo games e computadores, as melhores brincam com bonecas e panelinhas, sendo constantemente ensinadas apenas sobre o valor do trabalho doméstico.
Com incentivo e acolhimento desde a infância, é possível fazer com que cada vez mais mulheres ocupem cargos no setor tecnológico. Porém, existem algumas outras alternativas que devem ser levadas em consideração, como:
Os programas de incentivo são excelentes oportunidades para a formação e inserção no mercado. Além da formação tradicional, grande parte desses programas possuem mentorias que abordam competências e habilidades interpessoais, além de incentivar que mulheres continuem atuando na área.
Vale lembrar que a renúncia da área de tecnologia por parte das mulheres é 45% superior em comparação aos homens, sendo a desigualdade salarial um dos fatores cruciais.
Um estudo realizado pela Accenture com a Girls Code indicou que a presença feminina em cargos de CIO/CTO nos EUA é de apenas 18%. A falta de referências mulheres ocupando posições de liderança é um dos fortes motivos da desistência feminina na área de tecnologia.
Deste modo, é necessário criar políticas e projetos para que, cada vez mais, o público feminino ocupe espaços de liderança e de influência durante as tomadas de decisão dentro das organizações.
Mesmo presentes há séculos nesta área, pouco se fala sobre a história de mulheres na tecnologia — o que também contribui para a desigualdade no setor.
De forma rápida, você consegue citar ao menos duas mulheres que influenciaram o desenvolvimento tecnológico? Se sua resposta foi “não”, trouxemos alguns exemplos que vão mudar essa estatística. Confira:
Ada foi responsável pela ideia do primeiro programa computacional em meados do século XIX. Por meio de seus estudos e cálculos, foi possível a criação do primeiro algoritmo do mundo.
Não à toa, atualmente Ada Lovelace é considerada a mãe da computação e, inclusive, existe um prêmio em seu nome destinado a pessoas que criam inovações nesta área.
Grace Hopper foi a primeira mulher a ter um PhD em Matemática na universidade de Yale. Ela ainda trabalhou na área de tecnologia dentro da Marinha dos Estados Unidos.
E seus feitos não param por aí: Grace foi uma das grandes idealizadoras de uma das linguagens de programação mais utilizadas para bancos de dados de negócios, a COBOL, e teve uma importante contribuição para a criação do primeiro computador comercializado dos Estados Unidos, o UNIVAC.
Considerada a primeira mulher que começou a trabalhar com o desenvolvimento de jogos digitais, Carol Shaw criou softwares para games e consoles, sendo pioneira na geração procedural de conteúdo.
A engenheira da computação foi uma das primeiras colaboradoras da Atari. Entre seus principais trabalhos, podemos citar:
Frances é considerada a primeira mulher a receber o prêmio Turing, destinado a pessoas que trouxeram contribuições relevantes no campo da Ciência da Computação.
Por meio de suas descobertas foi possível criar sistemas de aperfeiçoamento de códigos e de computação paralela. O que auxiliou que diversos softwares passassem a trabalhar de maneira otimizada, contribuindo para o desenvolvimento tecnológico.
Independentemente dos desafios enfrentados na área, é fundamental conhecer a história de mulheres que foram — e ainda são — tão importantes para o desenvolvimento tecnológico que facilita muito o nosso dia a dia.
Ainda é válido lembrar que existe um longo caminho a ser percorrido. De acordo com um estudo do Instituto Allen, levaremos cerca de 116 anos para que a presença feminina alcance o mesmo número da masculina na Ciência da Computação.
Mas, aqui na Layer Up, estamos constantemente na busca da quebra desse paradigma sexista. Durante o mês de julho, por exemplo, realizamos a segunda edição do Data Driven Decision, o maior evento sobre dados do Brasil e contamos com importantes nomes femininos para debater a importância dos dados no dia a dia das organizações.
Ao todo, foram mais de 30h de transmissão, com conteúdos inéditos e aprofundados sobre o mercado data driven; mais de 40 palestrantes falando sobre os segredos por trás de uma boa análise de dados e mais de 7 mil inscritos.
O melhor de tudo é que você ainda pode ter a chance de conhecer os principais nomes do mercado de data driven do Brasil em nosso hub de conteúdo.
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